...continuação...

Luciana, depois de um dia cheio, cansada e impessionada, liga para uma amiga para contar como foi o primeiro dia de trabalho:
- Júlia, tudo bem ? preciso te contar como foi hoje lá no hospital.
Júlia Diz :
- Tudo. Conta Lu, conta.
Luciana Diz :
- Nossa amiga, eu cheguei lá, eu já logo de cara me assustei, é diferente de tudo que eu já vi na vida. A televisão mascara o que é de verdade. O doutor começou a me mostrar o hospital, a falar que era assim mesmo que não é que nem hospital particular não, e contou umas histórias. Eu me senti apavorada Jú, me senti mal, a energia de lá é pessima. A cada passo que eu dava pelo corredor eu me chocava mais, era pessoa baleada, era gente morrendo por câncer, ou por um acidente muito grave. E sabe qual a maior tristeza ? Um passava na frente do outro para ser atendido, por ser mais urgente. Tinha uma mulher lá, que eu não aguentei, eu pedi licença pro Doutor pra conversar com ela, ela tinha uma cara de acabada, estava pálida, e sentada no chão, perguntei o que ela tinha e ela disse que tinha caido na cozinha, e a faca cortou ela. A hora que eu olhei pro braço e pra perna dela cortada, eu quase cai durinha no chão. Você não imagina quantas doenças estavam se proliferando ali, e eles foram deixando ela para trás, dizendo que aquilo não era importante. Como não era Lu ? aquilo ali podia virar um sério problema. Mas eu não podia fazer nada, tive que me conformar. Depois, mais a frente coisas muito piores. Sabe o que eu senti naquele momento ? Desespero amiga, desespero de saber que estaria trabalhando alí, e teria que conviver com aquilo todo dia, sem poder fazer nada, sem poder ajudar a todos, sem poder salvar todos. Mas amanhã tem mais. E eu preciso de muita força. Brigada por me ouvir Lu. Beijos
Luciana Diz:
- Se quiser me ligar amanhã, fica a vontade. Beijos

1 comentários:

Varlei Xavier disse...

Puta merda! Isso aqui está demais!

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